O Altar-mor é uma amostra da maravilhosa intervenção da arquitectura barroca na Catedral românica. Para melhorar o altar do séc. XII, foi rodeado de 36 colunas salomónicas douradas e cobertas de pâmpanos. Mais tarde substitui-se o alto românico por um de prata barroco, presidido por Santiago num hábito de peregrino, sobre o que se colocou o espectacular baldaquim sustentado por anjos e coroado por a efígie equestre do Apóstolo e o escudo de Espanha.

O esplendor do Altar-mor aumentou quando se acrescentaram as grades, se policromaram as abóbadas e se pavimentou o conjunto em mármore. O trabalho de Peña de Toro foi completado pelo mestre Domingo Andrade, com madeiras douradas, mármores, jaspes e prata; e pelos órgãos do séc. XVIII, decorados por Miguel de Romay. Da cúpula octogonal podemos ver pendurada, face ao altar, a corda e o sistema de roldanas ideado no séc. XVI para pôr a funcionar o Botafumeiro.

Ritos da peregrinação
No Altar-mor podemos assistir à Missa do Peregrino, todos diariamente às 12 e ás 19:30 horas, e os ritos dos fiéis na Catedral. Subindo ao camarim pelas escadas, os visitantes seguem o ritual do abraço a Santiago sedente com vestes de peregrino, figura românica do séc. XIII, e espreitar a vista da nave principal.

Depois é da tradição descer do camarim para visitar as relíquias do Apóstolo Santiago e seus discípulos Atanásio e Teodoro num pequeno mausoléu subterrâneo. Esta zona de culto, a mais antiga da Catedral, corresponde ao panteão romano original, que tinha sido cegado no séc. XII pelo arcebispo Gelmírez. Curiosamente até ao séc. XIX os fiéis não podiam visitar as relíquias, que estiveram desaparecidas desde o séc. XVI. Em 1589 foram escondidas para evitarem ser roubadas por sir Francis Drake e levadas para Inglaterra. Mas o pirata nem sequer chegou a Compostela. Em 1879, durante as escavações arqueológicas do templo, as ossadas foram encontradas na parte de trás do altar. Após uma certificação do papa da sua autenticidade, as relíquias do Apóstolo foram colocadas numa urna de prata cinzelada do séc. XIX e o sepulcro ficou com o aspecto actual.

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